domingo, 30 de janeiro de 2011

Estudantes de faculdade aprendem pouco



Segundo um novo estudo, apesar de cada vez mais as pessoas terem acesso ao ensino superior, elas não aprendem muito nos anos acadêmicos.
No fim do ano de calouro, por exemplo, 45% dos estudantes não mostram nenhuma melhora em sua capacidade de pensamento crítico, sua habilidade de escrita ou sua capacidade argumentativa.
Essa é apenas uma das várias descobertas dos sociólogos Richard Arum e Jospia Roksa – da Universidade de Nova York e da Virgínia, respectivamente.
Os estudantes também não apresentam melhora nos últimos dois anos de faculdade. Depois de quatro anos, 36% não tiveram nenhuma melhora acadêmica significativa.
Segundo os autores, o problema é que os alunos procuram por cursos mais fáceis e não estudam e as faculdades estão valorizando mais a pesquisa do que o ensino.
Estudantes que escolhiam cursos tradicionais na área de arte ou ciência eram os que mais apresentavam novos conhecimentos no fim do curso. [LiveScience]

4 comentários:

BiiaCX disse...

O problema é que o cérebro, apesar de ser muito desenvolvido, não faz maravilhas. As faculdades – e até mesmo escolas – tentam fazer um aluno aprender Física avançada em 1 semana (tendo aulas 2 vezes nessa semana com duração de 45 minutos) para na semana seguinte haver uma prova com esse conteúdo.

Aí o quê acontece? O estudante decora tudo, para “vomitar palavras” na prova, tirar uma nota razoável só para passar de ano, e no final não aprender nada realmente. É a decoração versus a aprendizagem.

É sempre bom ter intelecto, curiosidade, saber das coisas… Mas sobrecarregar os alunos com muito conteúdo para pouquíssimo tempo acaba sendo tortura mental, causa desinteresse (porque tenho certeza que 95% acha que não vai conseguir aprender a tempo, então nem sequer tenta), fazendo os estudantes desistirem aos poucos.

Acho que todo mundo, sem exceção, tem curiosidade em geral por conhecimento. Se você quer ser um Físico, no fundo tem uma curiosidade por história, psicologia… E quer ser um psicólogo? Aposto que eles também não se importariam de saber sobre efeitos físicos, mesmo sendo essa a área que não estudarão. Somos questionadores natos.

A sociedade hoje em dia está mal formada, parece que o ser humano se centra em conseguir sucesso, dinheiro, e poucos são os que fazem o que realmente amam. Mas a sociedade evolue moralmente, com certeza… e algum dia isso tudo se endireitará. =)

Álvaro Vinicius disse...

O problema se dissocia em dois eixos:
Primeiro:
A metodologia de ensino nas universidades e faculdades ainda é "Escolástica": há somente a preocupação do estudante reproduzir mecanicamente as informações, muito semelhante ao período medieval. No século XVIII, Carl Fridrich Gauss - um dos maiores matemáticos e criador da Geometria Diferencial - aos 10 anos, segundo algumas histórias conjectuais, realizou a soma dos números de 1 a 100 com apenas (n + 1).n/2. Na época, os alunos eram obrigados, nessa série escolar, somar número por número até chegar a 100, semelhante ao problema da lesma que deve subir um poste de 10 metros de altura por meio do ato missionário de subir 2m durante o dia e à noite descer 1m. Como disse Mark Twain "a história não se repete, mas rima", observa-se que tal fato do século XVIII ainda encontra rimas - homofonias externas tratadas como psicofonias para efeito de “rebeldia estudantil”. Desconsiderando contra-argumentações parapsicológicas a respeito do senso crítico, é notório, portanto, o estabilishment de um processo protocolar o qual estimula praticamente NADA do pensamento crítico. Muitos professores e pedagogos falam em ser "crítico", porém a forma de ser crítico que eles propagam é um modelo muito IMATURO que se resume em : "O que é?","Como funciona?" e "Para que serve?". Numa perspectiva de Ivan Pavlov, na sua experiência com cães, notamos uma correspondência - talvez metafórica - da maneira como os alunos aprendem, pois é explícito o modelo passivo da aprendizagem. Do ponto de vista da neurociência, o aprendizado não se dá por meio de "decorebas" e anotações lineares. A estrutura neural flexibiliza-se mediante associações por imagens, devido ao processamento distribuído e paralelo no cérebro. Analogamente, o cérebro se comporta como uma "orquestra" e não como uma "lousa" prestes a receber frases e mais frases, ou equações e mais equações anotadas linearmente. Quanto à capacidade argumentativa, é triste notar o elogio a argumentos de uma retórica prolixa e sedutora. A partir disso, cria-se o culto a discursos vazios baseados mais em estruturas proposicionais enunciativas do que uma lógica surpreendente sob articulações claras, coerentes e coesas, com total ligação ao nosso contexto. Doravante, a ressonância estocástica - eufemismo de "bagunça educacional"- provocará ainda os efeitos drásticos na educação e, consequentemente, na configuração de nossa sociedade. O Brasil ainda lidera na "bagunça educacional". É só notar o número de analfabetos ainda e outros aspectos correlatos. E dentro de tudo isso, existe um alinhamento burocrático que funciona como barreira para quase tudo no país, inclusive em "pesquisas científicas"(?) nas universidades.
Segundo:
O fascínio infantil pelo esoterismo "univesidade" pode romper com o pensamento crítico e criador. Acredito que ser crítico é algo útil para todos os domínios, não só no estudo acadêmico.
Para finalizar, o vídeo do professor Newton Costa, sobre a "Finalidade do Ensino".
http://www.youtube.com/watch?v=PxBXq9vdrpM
Newton Costa é co-autor da Lógica Paraconsistente.
Frase dele nessa palestra:
"A finalidade do ensino não é escrever na lousa só o que o cara tá entendendo. É pegar vcs e socar. Quando eu ouço um cara dizendo uma coisa dessa dá vontade de dar um murro. Essa besta não sabe o que é um professor. O professor dirige o aprendizado. É isso. Se vocês não tão entendendo o que eu estou dizendo, vão pro inferno, vão pra casa e estudem, seus vagabundos" xD

(Escrito por Álvaro Vinícius )

vielmond disse...

Como professor não dou valor a folha de chamada. As provas são com consulta e meu objetivo principal é desenvolver o raciocinio e trabalhos de grupo.
40 anos atrás os estudantes eram muito mais interessados que hoje. Estudantes do interior ainda aproveitam muito mais que os das capitais. Sem errar muito, não passa de 5 % os estudantes que realmente aproveitam a faculdade e nem sempre são esses que “vencem” na vida (alias o que significa vencer na vida ??).

Coruja disse...

Noto isso desde que ingressei na engenharia mecânica, onde na universidade em que estudo, cerca de 2 em cada 100 alunos formados, realmente aproveitaram aproximadamente 75% do curso, o que os tornam exeções no meio acadêmico. Os demais, formaram-se profisionais medíocres. Isso deve-se ao fato culturalmente imposto pelos professores do ensino básico e fundamental, que os ensinam a estudar para exames com objetivo de aprovação de uma etapa ou para um cargo.
Acredito que o incetivo ao estudo parte de fato dos mestres, eles devem guiar os alunos.
O estudo é a técnica aplicada à descoberta, e todo ser humano nasce curioso.

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