quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Estudo ajuda a entender o crescimento das galáxias

 Galáxias podem ter crescido incorporando gás frio que estava ao seu redor e utilizado como combustível para formação

Um dos maiores mistérios a serem solucionados pelos astrônomos é descobrir como as galáxias cresceram após o Big Bang.
Novas observações do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) sugerem que as galáxias incorporaram gases frios ao seu redor e usaram o material como combustível para a formação de novas estrelas.
ESO
Representação artística de uma galáxia jovem incorporando gases frios e leves // Imagem: ESO

As primeiras galáxias que se formaram no início do Universo eram muito menores do que as galáxias que observamos hoje, como a Via Láctea. Por isso, os cientistas acreditam que elas foram aumentando de tamanho com o passar do tempo. Um dos mecanismos usados para explicar esse crescimento é a colisão de galáxias que origina sistemas maiores. Mas o uso dos gases frios seria uma maneira adicional de crescimento mais suave, segundo o ESO.
Uma equipe de astrônomos europeus usou o telescópio para testar essa hipótese nova. Para eles, as galáxias jovens cresceram ao agregarem correntes frias de hidrogênio e hélio, disponíveis no espaço, formando novas estrelas. Como grandes empresas que podem crescer juntando-se a outras empresas ou contratando mais funcionários, as galáxias poderiam crescer de duas maneiras, uma mais brusca, outra suave.
A descoberta pode ter um grande impacto na maneira como até então compreendíamos a evolução das galáxias, do Big Bang aos dias de hoje, e teorias de formação poderão ser revistas. "Os novos resultados obtidos com o VLT são a primeira evidência direta de que a adição de gás primordial aconteceu realmente e foi suficiente para dar início a formação estelar vigorosa que originou o crescimento de galáxias de grande massa no Universo jovem", diz o pesquisador líder da equipe Giovanni Cresci.
O grupo estudou imagens de três galáxias distantes que não sofreram fusões com outras para tentar encontrar evidências do fluxo de gás primordial vindo do espaço circundante. As galáxias escolhidas são discos em rotação muito regulares, semelhantes à Via Láctea.
Nas galáxias presentes no universo nos dias de hoje os elementos mais pesados concentram-se perto do centro. Mas as três galáxias selecionadas tinham uma área próxima ao centro com elementos mais leves, mas com intensa formação estelar, sugerindo que as estrelas foram originadas desses gases, que são pobres em elementos pesados. A descoberta poderá ajudar no estudo das propriedades químicas de galáxias distantes. Este trabalho será publicado pela revista científica Nature em 14 de outubro.

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